domingo, 13 de setembro de 2009

Iniciativa 3D&T Alpha #4 -- Máquinas de Guerra


Fala pessoal! Mais um artigo da Iniciativa 3D&T (que ainda será Alpha nos títulos daqui do blog, por uma questão de padronização já adotada), o tema da quinzena é Máquinas de Guerra! E hoje, homenageando um grande cenário que apenas recentemente (em abril desse ano) descobri, trarei uma adaptação do Canhão Verne, a maior invenção militar do Ministro da Ciência do Segundo Império Francês de Nova Europa!

Certamente o nome Júlio Verne é conhecido na literatura mundial, com clássicos como A Volta ao Mundo em Oitenta DiasViagem ao Centro da TerraDa Terra à Lua e Vinte Mil Léguas Submarinas. O temível Capitão Nemo, presente no último título, é uma de suas criações literárias. Pode ser considerado como um dos precursores da ficção científica, antevendo novidades tecnológicas como o submarino, e eventos como a viagem do homem à Lua.

Isso, claro, aqui na Terra. Em Nova Europa, o principal continente do cenário de Castelo Falkenstein (CF), as coisas são um pouquinho diferentes.

Aqui, o escritor francês também publicou suas obras -- mas, como uma das peculiaridades mais interessantes de CF é a coexistência de personagens e seus autores, elas foram considerados como relatos das aventuras reais de grandes nomes como Nemo e Philleas Fogg (o protagonista de A Volta ao Mundo em Oitenta Dias).

Porém, o mais impressionante sobre o Júlio Verne Falkensteiniano, é que ele acabou se tornando o Ministro da Ciência do Segundo Império francês, governado por ninguém menos que Napoleão III, o sobrinho do famoso Bonaparte. Com a ajuda de Charles Babbage, célebre matemático inglês e inventor da Máquina Diferencial de Babbage (um precursor Falkensteiniano do computador), e de suas enormes equipes de cientistas do governo, um dos seus projetos se tornou o maior trunfo da França contra a Prússia de Otto von Bismarck: os Canhões Verne.

"Capaz de disparar projéteis com várias toneladas a uma distância de milhares de quilômetros. É o Míssil Balístico Intercontinental de Nova Europa."
 -- Castelo Falkenstein, pg 120.

Complementando a descrição com mais algumas informações, ora advindas do próprio livro, ora inventadas por mim mesmo (porque não?). Um canhão gigantesco de ferro e aço, com diversas engrenagens montando a estrutura giroscópica (o giroscópio é o elemento de um maquinário que o permite girar em torno de uma base), e muitas outras engrenagens fazendo a conexão com diversas Máquinas de Calcular Babbage, operadas pelos cientistas para computar as coordenadas do alvo e coordenar as engrenagens de modo a mover o canhão apropriadamente. Esta delicada estrutura de controle, e os responsáveis por ela, ficam embaixo de uma grossa camada semi-esférica girante, também de ferro e aço, que proporciona a proteção necessária aos mesmos. Visualmente, parece um grande observatório e seu telescópio, quando visto de longe -- e, numa conversa entre o sr. Verne e o sr. Babbage, ambos discutiam a possibilidade de, quando em um período de paz, tomar alguns dos canhões e instalar conjuntos de lentes, para realmente compor um telescópio.

Mas o canhão não é composto apenas de um único cano metálico; ao contrário, são vários deles, de diferentes tamanhos, dispostos de forma concêntrica, de modo que podem ser recolhidos uns para dentro dos outros. Esta recente inovação -- contribuição inestimável de Tom Olam, agente secreto do Rei Luís II da Baviera, e vindo de nossa Terra -- permite recolher o canhão para o interior da esfera metálica, protegendo-o no caso de ataques. Um tampo circular, similar aos recém-implantados nos veículos submarinos franceses, permite abrir e fechar o orifício pelo qual passa o canhão, complementando assim a proteção.

Quanto aos projéteis: variam enormemente, desde imensas bolas de ferro pesando várias toneladas (ideal para demolir estruturas, embora um disparo em uma região dos Alpes Austríacos tenha provocado uma avalanche que parou as tropas prussianas por dias e dias), até chuvas de lâminas cortantes, precariamente mantidas unidas até o disparo (esta técnica foi uma cortesia de um dos Reis Dragões do Império Chinês que aderiu ao Segundo Compacto contra os prussianos e a Corte Unseelie), passando por grandes cargas de explosivos, desde os largamente usados (pólvora) até os experimentais (dinamite). Está sendo desenvolvido um tipo de projétil capaz de atacar com eletromagnetismo, criando descargas elétricas ou mesmo alterando os campos magnéticos do alvo e da região ao redor.

Mas, se os Canhões Verne são tão formidáveis assim, porque a França ainda não venceu a guerra contra Bismark? Por um motivo simples: energia. Apenas para mirar e posicionar um Canhão Verne, é preciso uma quantidade de energia equivalente à gasta com a iluminação da capital francesa por uma noite inteira -- lembrando que, após a grande reforma realizada por Napoleão III em 1860, uma fina rede de fios de cobre conecta cada um dos lampiões a gás da capital francesa; ao cair da noite, uma leve corrente elétrica percorre esta rede, produzindo faíscas para acender os lapiões (algo parecido com o que se faz com o gás neônio na Terra). Mesmo assim, é preciso, periodicamente (de meia em meia hora nos dias normais, mas em dias de grandes festas e bailes o tempo certamente diminui), reacender os lampiões, fazendo percorrer a corrente novamente. O problema é que, para conseguir tal pequena corrente, é preciso um grande gasto em vapor para movimentar o dispositivo eletromecânico responsável pela mesma, o equivalente ao gasto por uma indústria de pequeno-médio porte em um dia inteiro.

Enfim, essa é a energia necessária para posicionar o canhão; para fazer um disparo o consumo aumenta ainda mais -- tanto que eles, frequentemente, são realizados durante o dia, para evitar quedas no fornecimento de energia à iluminação da capital e às grandes indústrias -- algo ainda realizado pelo onipresente vapor, embora esteja contando com a ajuda de circuitos elétricos em alguns pontos mais próximos (as perdas por dissipação ainda são muito grandes, se comparadas por exemplo à rede elétrica da Terra atual). Por isso que, apesar de formidável, o Canhão Verne é pouco utilizado -- a energia necessária, e claro a burocracia do governo são obstáculos hercúleos a se vencer. Entretanto, a ameaça de um poderoso disparo é largamente empregada por Napoleão III para atemorizar Bismark e as tropas prussianas.

Para 3D&T: certamente o Canhão Verne se encontra na escala de poder Kiodai -- ou seja, o disparo de um deles pode derrubar um robô ou autômato gigante como os que costumam aparecer de vez em quando, fruto do árduo trabalho de algum amargurado cientista genial e louco, em Nova Europa (ou, em séries tokusatsu japonesas). Vale lembrar que escalas de poder afetam apenas Força, Armadura, Poder de Fogo e Pontos de Vida -- Habilidade, Resistência e Pontos de Magia continuam funcionando normalmente.

Força 5 (para efeito de peso -- ou seja, um personagem que queira levantar, erguer ou empurrar um Canhão Verne precisa igualar ou superar, em escala Kiodai, esse valor de Força);
Habilidade 1 (mas um Canhão Verne não opera sozinho; na verdade, isso representa a programação já embutida nas Máquinas de Cálculo para o posicionamento do canhão -- e, portanto, o bônus que um personagem recebe em testes para operar o mesmo);
Resistência 5 (graças à estrutura reforçada que envolve o canhão, é preciso uma imensa quantidade de dano para destruí-lo ou provocar estragos substanciais);
Armadura 5 (a mesma estrutura reforçada protege muito bem o canhão de quaisquer ataques recebidos, seja por armas ou ataques, seja ataques físicos de tanques ou construtos prussianos);
Poder de Fogo 10 (o alcance e a capacidade de devastação de um Canhão Verne são inalcancáveis por qualquer outro mecanismo ou dispositivo similar de Nova Europa);
Pontos de Vida 2500 (lembra do que eu disse em "Resistência" e "Armadura"?);
Pontos de Magia 25 (representando recursos energéticos emergenciais disponíveis ao canhão);

Vantagens e Desvantagens:
 -- Vantagem Única Construto (óbvio -- considere-o como um Mecha);
 -- Adaptador;
 -- Armadura Extra (todos os tipos de dano físico, devido à estrutura reforçada);
 -- Ataque Especial (vários, baseados em PdF, levando em conta alguns dos poderes e fraquezas a seguir: Amplo (mas não a ponto de afetar o próprio canhão), Lento, Penetrante, Perigoso, Poderoso, Preciso; se os testes com disparos eletromagnéticos derem certo, logo virão os poderes Paralisante (descargas elétricas) e Teleguiado (orientando-se pelas linhas do campo magnético de Nova Europa) para somarem-se à lista apresentada), representando os diversos disparos especiais e principalmente estratégicos, mas que consomem os recursos suplementares de energia (uma verdadeira indústria a vapor) disponíveis ao canhão;
 -- Visão Aguçada (de Sentidos Especiais), representando o longo alcance do dispositivo aliado às diversas equipes de cartógrafos do Ministério da Ciência do Segundo Império Francês, responsáveis pelo levantamento de coordenadas dos alvos -- a depender do Mestre, um Canhão Verne pode possuir outros Sentidos Especiais baseados na visão, resultado de novos dispositivos científicos, ou mesmo implementos mágicos, realizados por alguma das diversas lojas e/ou ordens arcanas de Nova Europa;
 -- Tiro Carregável (ÓBVIO!!!);
 -- Tiro Múltiplo (uma recente manobra implementada, permitindo ao canhão acertar uma quantidade maior de alvos em menos tempo -- leve em conta a Habilidade do principal operador do dispositivo, em vez da própria H1 do canhão, e considere que o gasto de PMs é dobrado em relação ao gasto normal da Vantagem, uma vez que para efetuar a rápida movimentação e carregamento dos projéteis um gasto MUITO grande de energia é exigido);
 -- Bateria (representando o grande gasto de energia do Canhão Verne -- logo, ele não pode permanecer operante por muito tempo; considere pela metade os valores de tempo fornecidos pela Desvantagem, para o canhão. Observe que, com essas mudanças, o canhão pode permancer funcionando por quase todo um arco de sol, mas precsiará recarregar a noite toda para ser utilizado novamente);
 -- Maldição (considere o fato de que o canhão não pode se mover e nem operar sozinho, como uma Maldição);
 -- Modelo Especial (muito óbvio, não?);
 -- Monstruoso (não somente o Canhão Verne é muito feio quando observado de perto, como sua utilização -- direta ou indireta -- no cenário político de Nova Europa é atemorizante);
 -- Munição Limitada (muito óbvio também);
 -- Restrição de Poder (o Canhão Verne não costuma ser utilizado à noite, não somente pelo gasto energético proibitivo nesse período, como também pela falta de condições de visibilidade para confirmar a posição dos alvos).
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E chega ao fim mais um artigo da Iniciativa 3D&T! Desculpem pelo longo atraso, espero me redimir com o artigo publicado! E, de acordo com o resultado da enquete, os próximos três temas serão  respectivamente Artes Marciais, Viagens e Esportes -- houve um empate no oitavo tema, entre Livros, Verde e Pinguins, que logo será resolvido pelos membros da Iniciativa! E até a próxima!
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Links para os demais artigos da Iniciativa 3D&T sobre o tema Máquinas de Guerra:



3 comentários:

  1. Adorei o pst. Sou fã 1° de Castelo Falkenstein e é ótimo ver mais gente interessada nesse material riquíssimo, inclusive adaptando para outros sistemas.

    Um abraço.

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  2. Eu é que agradeço o comentário. Ainda está programado eu fazer algo na direção contrária, i.e., pegar um Kit que criei para o 3D&T (o Maestro da Realidade) e adaptar como um arquétipo de personagem para Castelo Falkenstein.

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  3. Muito bom! Histórias que mechem com a história sempre são cativantes.

    No meu blog eu já postei o artigo dessa quinzena, o Kung-Fantasy.

    http://livreroleplay.blogspot.com/2009/09/iniciativa-3d-alpha-kung-fantasy.html

    Valeu!

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