quinta-feira, 28 de maio de 2009

Resenha -- Castelo Falkenstein

Recentemente adquiri apenas 3 títulos em RPG (a grana é curta, o tempo é pouco e Salvador é um tanto distante do Centro-Sul -- mas a gente vai levando).

O blog Ideonauta apresenta a primeira parte de uma resenha interessante e hiperdetalhada do Manual 3D&T Alpha; quem quiser ver basta clicar aqui.

Logo publicarei uma resenha da DragonSlayer 24 (afinal, até onde sei, ainda é a única revista impressa de RPG no Brasil).

O terceiro produto? Castelo Falkenstein!


Sistema/jogo: próprio
Formato: 224 páginas, capa dura, pb/colorido
Editoras: R. Talsorian Games / Devir Livraria
Idioma: português
Autor: Michael Alyn Pondsmith (Mike Pondsmith)
Ano de publicação: 1998 no Brasil
Preço: ver comentário abaixo
Avaliação: d6=... 6

Aclamado. Este é o adjetivo perfeito para descrever este jogo, seu autor e a editora que o publicou nos EUA. Adquiri-o recentemente, na Bienal do Livro 2009 em Salvador, onde o comprei, com 20% de desconto, por R$ 38,40.

Aliás, registro aqui meu profundo desapontamento com diversas editoras que publicam RPG mas não marcaram presença nesse evento, como a Daemon e a Jambô -- apenas a Devir, representada por uma loja local de arte e quadrinhos, e a Escala, com estande próprio, estavam presentes.

Voltando a CF... o livro é dividido em duas grandes partes: a primeira, alternando páginas coloridas e em preto-e-branco, descreve a ambientação; enquanto isso, totalmente em pb, a segunda parte trata do sistema de regras. Mesmo o tipo de papel é diferente entre as partes!

A ambientação é ricamente descrita, com diversos detalhes que dão cor e sabor ao jogo. Totalmente escrito em primeira pessoa por Thomas Edward Olam, vulgo Tom Olam, um amigo de Mike Pondsmith (este insere alguns comentários próprios ao longo do texto), o texto trata não apenas dos fatos, personagens e particularidades de Nova Europa, o principal continente do mundo Falkensteiniano, como também descreve as aventuras de Tom neste lugar incrível, praticamente mudando o curso de uma guerra e os rumos da história.

O mundo de Castelo Falkenstein (este, inclusive, é a atual residência de Tom Olam em Nova Europa e local importante do cenário) pode ser descrito em poucas palavras (o que é muito difícil!) como: um mundo Vitoriano (com alta tecnologia do vapor também!), baseado na Europa de 1870, com Alta Feitiçaria, Dragões descendentes de pterossauros, muitas Fadas de todos os tipos (as Cortes Seelie e Unseelie das Fadas garantem sua presença aqui), com toda a ação e aventura dos romances de época (pense em Júlio Verne -- que, aliás, é Ministro da Ciência do Império Francês por aqui), principalmente com seus personagens! Sim, no mundo de Castelo Falkenstein veríamos Phileas Fogg discorrer sobre as impressões de Verne ao escrever a "Volta ao mundo em 80 dias", e Arthur Conan Doyle conversando com o Dr. Watson sobre evolução!

Se o cenário é impressionante, o sistema de jogo é igualmente surpreendente. De início, não utiliza dados (e o porquê disso é uma das muitas boas histórias do livro), e sim cartas de baralho -- adicionando novos e interessantes elementos à jogabilidade (talvez por ter conhecido tardiamente o livro, eu penso muito em Super Mario RPG: The Legend Of The Seven Stars quando usar um baralho para jogar RPG me vem à cabeça...). O Mestre, aqui, é conhecido por Anfitrião, e tem à sua disposição diversos "Elementos do Melodrama Vitoriano" para elaborar as aventuras dos personagens jogadores. Aliás, a mecânica de construção destes quase não possui regras: você deve escrever a história, a personalidade e as motivações de seu personagem em um Diário, e dentre os diversos atributos do jogo, você deve qualificar alguns com adjetivos ("Fraco", "Médio", "Bom", "Ótimo", "Excepcional" e "Extraordinário" -- um personagem recém criado tem direito a um atributo "Ótimo", quatro atributos "Bons", um atributo "Fraco" e todos os outros serão "Médios"). Mas, para o sistema de testes, os adjetivos qualificadores são convertidos em números -- embora haja esse aparente "vai-e-volta", devo salientar que este é um dos modos mais elegantes de se criar um personagem jogador.

Uma extensa bibliografia e índice remissivo completam o livro.

Comentário Final: se encontrar em qualquer lugar (e é raro, pois já se passou mais de uma década desde seu lançamento nacional, e no site da Devir consta como "Esgotado"), compre! É uma excelente aquisição, com uma ambientação fantástica e um sistema de regras inusitado mas muito interessante.

PS: na página 28 do livro traduzido há um parágrafo inacabado -- mas nada que comprometa a leitura ou o entendimento do cenário.

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